sábado, 15 de novembro de 2014

Moldura Verde

Como é deprimente omitir a verdade na falta da sinceridade que tanto me define.
Haveriam poucas coisas mais dolorosas que essa na vida de uma pessoa da minha natureza.
E quando você não vê sentido em nada do que você faz e está mais convicto de que sua ausência não faria falta alguma, as coisas ficam ainda piores. 
E algo ainda pior é perceber que você não contava consigo mesmo no que você havia chamado de perfeito em um relato anterior.
Algo constrangedor ao ponto de não sair da terceira pessoa em um texto começado na primeira.
Com muita força volto à realidade: não faço parte da arte que considerei perfeita. Nessa pintura só a moldura é verde e esta nem combina com as cores espalhadas na tela, seria facilmente trocada por uma mais adequada.
É difícil voltar a ver que as coisas voltam a ser arte abstrata que em vários ângulos de visualização não fazem nenhum sentido.
Será que a moldura é considerada parte do quadro? 
É lamentável não querer estar onde se é colocado sem saber o motivo de ter sido inserido nesse contexto sem a mínima possibilidade de explicação. 
Enquanto o autor da obra não se manifesta a pintura continuará com a mesma moldura bizarra, apenas passando de parede em parede e sendo analisada pelos críticos de artes plásticas.

Iago Espindula de Carvalho

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Prático - Santana do Mundaú

Olá pessoas!
Passaram-se pouco mais de duas semanas desde o início do meu período prático da ETED e quero compartilhar um pouco sobre como tem sido esse tempo, sobre a cidade em que estamos, o porquê e como viemos parar aqui.

Em 2013 a Secretaria de Saúde de Santana do Mundaú entrou em contato com a JOCUM Maceió pedindo apoio à missão para lidar com a situação de Saúde mental, psicológica e espiritual em que a cidade se encontra desde 2010, quando foi atingida por uma grande enchente que devastou a cidade, trazendo uma elevação exponencial do índice de suicídio, assim como o número de pessoas com depressão.
Então no dia 25 de outubro saímos da Base da JOCUM que fica em Barra Nova, Marechal Deodoro – AL, e nos dirigimos para Santana do Mundaú, com o objetivo de impactarmos as pessoas desse município com a verdadeira alegria e única que realmente pode preencher os vazios do nosso ser.
Estamos morando em Jussara, a nova cidade construída depois da enchente e entregue a pouco mais de 4 meses para boa parte dos atingidos. Ao começarmos o nosso trabalho pude olhar com muita consternação a situação de pobreza que alguns vivem, muitas vezes por estarem aprisionados na bebida, nas drogas e na prostituição. A qualquer momento do dia, em qualquer dia da semana, ao caminhar pelas ruas em que temos trabalhado é possível ver pessoas sozinhas ou em grupo, caladas ou gritando ao tentar conversar entre si, gargalhando ou com expressão de tristeza no rosto, no silêncio ou em um ambiente sonoramente poluído pela música “Porque homem não chora” ou similar, sentados ou cambaleando em pé, mas sempre embriagados ou bebendo como se quisessem chegar num estado de embriaguez a fim de fugir da realidade.
E diante disso, estamos nós aqui, tentando levar o amor de Deus além das nossas palavras, a libertação que essas pessoas precisam, levando-as à verdade, o real evangelho que é Cristo.

Somos muito gratos pelas pessoas que tem nos ajudado de todas as formas.
E o desafio não pára...
Em breve estarei falando um pouco do que tem sido feito aqui.





Até mais...